A PÓS-DIGITALIDADE
Publicado em: sexta, 04 de fevereiro de 2022 às 09:20
E seus efeitos nocivos
Pegando carona nos pós-eventos a PÓS-DIGITALIDADE é, a meu ver, uma maneira da gente pensar o mundo não pré e digital, mas um mundo onde o digital está inserido como ar, eletricidade e a internet é como se sempre estivesse existido. Ele está, ele já mudou tudo então não devemos mais discutir se é digital, mas o que isso significa de fato em nossas vidas.
Nesse texto quero colocar algumas coisas nocivas ou “negativas” que precisamos em alguma medida colocar nas pautas das conversas, seja social, econômica ou pessoal.
Vou escrever em tópicos pois aqui não tenho a intensão de entrar em cada assunto, mas sim levantar eles para que possam viralizar e entrar nas rodas de conversas.
Vamos lá.
Falta de paciência: o digital fez com que queiramos tudo no instante seguinte de pensarmos e em um futuro próximo que antecipe nosso pensamento ou necessidade.
Provavelmente grande parte das pessoas nem chegará nessa linha do texto, porque estamos, no digital, brigando por atenção que é um recurso escasso.
Relacionamentos digitais: seja por conveniência, velocidade, anonimicidade, ou a própria distância física que dá a todos uma certa segurança. Muitas pessoas passam a preferir contatos digitais a físicos. Até porque no digital você pode ser quem quiser. (tá ai o metaverso)
Bobo da corte como super-herói: Temos hoje inúmeros influenciadores digitais que ganham mais do que CEOs das maiores empresas do mundo. As pessoas valorizam mais alguém que entretém como faziam os bobos da corte do que empresários que podem realmente, se não fizerem seu papel, arruinar milhares de vidas, economias, e algumas globais. Então tudo bem não ter emprego, desde que no youtube alguém me faça rir ou vire meme.
Deixa o algoritmo me levar: Nossas vidas já estão sendo dirigidas de forma preocupante por algoritmos, seja pela rota que a gente segue em uma viagem, a música que ouvimos, o cantor que vamos gostar, a comida ou o restaurante que vamos escolher, apessoa que vamos amar ou quem é a pessoa que “teoricamente” sabe sobre o assunto, porque o google ranqueou melhor. Logo tudo em nossa vida vai ser decidido por alguém que não é você. O pior é que pouquíssimas pessoas se dão conta que não decidem mais nada, ou são muito influenciadas pelos resultados na rede digital.
Valorização do mínimo: Cursos, palestras, gurus, coacehs, textos, mantém grande parte das pessoas felizes recebendo um copo de água por dia. Contente com o mínimo, raso, básico que qualquer pessoa que não tem problema neurológico consegue alcançar. Isto é reflexo da falta de qualidade na educação, a falta de vontade de estudar, de aprender ou criticar status quo.
Críticos de Chamada: grande parte lê a chamada de uma matéria, assunto e sai criticando, fazendo textão dando sua opinião e não se dá conta que provavelmente falta muito repertório sobre aquele assunto para formar uma ideia coerente. O problema da educação, acima citado, a falta de atenção e do hábito de leitura ajuda nesse fenômeno de especialistas de redes sociais. Tá aí especialistas em COVID, em variante, mutação e não sabem nem o que é uma mitocôndria.
E o futuro? O futuro chega a cada segundo. Os problemas globais cada vez mais complexos, as pessoas cada vez mais acomodadas, esperando a comida chegar, alguém fazer, e se for para aprender que seja só o como ficar milionário sem sair de casa.
E quando os problemas críticos, decisões que exigem pensamento complexo com conhecimento mais profundo de vários assuntos aparecer e precisarem serem resolvidos? Ficaremos na mão de um robô que irá decidir por nós (construído por alguém que vai decidir por você) resolver o problema, vamos esperar que o Google tenha um artigo ou vídeo de alguém que saiba ou vamos nos preparar, entender que nada é fácil e nada fica pronto em 3min no micro-ondas.
Se você chegou até aqui parabéns, agora com certeza tem muita coisa legal e fantástica no mundo pós-digital. O que fazemos com isso é que faz a diferença nas nossas e nas vidas de todos.
Conta ai o que você acredita ser bom e ruim nisso tudo.
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